A IMPORTÂNCIA DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO E ALGUMAS DICAS
A conexão que faz a diferença.
"Não
é com base na tecnologia que nasce o aprendizado, mas com uma gestão
participativa do processo".
Ismar de Oliveira Soares, coordenador do
Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo
Dadas
às dimensões continentais de nosso país, a tecnologia tem um papel fundamental
na articulação de municípios longínquos, na troca de experiências e na
construção de saberes que podem ser ministrados a distância. Para Fernando
Almeida, ex-secretário municipal de Educação de São Paulo e responsável pela
logística dos módulos não presenciais da Escola de Gestores, um programa do
Ministério da Educação (MEC), a tecnologia é também uma forte aliada do diretor
no cotidiano escolar: "Ela possibilita disponibilizar um grande número de
dados com transparência, prestar contas, controlar as notas de alunos e a
presença dos professores e permite que qualquer outra informação seja colocada
em rede aberta." O domínio da internet e de programas de edição de texto,
de apresentação de dados e de tabulações é parte importante dos cursos de
reciclagem de diretores oferecidos no país.
Léa Fagundes, coordenadora do Laboratório de Experiências Cognitivas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é uma das pioneiras na pesquisa sobre a aplicação da tecnologia na Educação no Brasil. Há mais de 20 anos, ela desenvolve projetos na área, como o programa Um Computador por Aluno, que consiste no uso de um laptop educativo por estudante matriculado em escola pública, além de seus educadores. Segundo ela, o problema é que os computadores, a programação deles, os sistemas digitais e suas possibilidades são pensados pela escola e pelos educadores para melhorar o ensino e não para melhorar a aprendizagem, ou seja: para conservar, não para transformar a escola. "Primeiro, tivemos os CAIs (sigla em inglês para Instrução Apoiada no Computador), depois os softwares educacionais, a seguir os CD-ROMs, os tutores inteligentes e, a grande novidade, os objetos de aprendizagem. Mas essas novas tecnologias de informação e comunicação não trazem problemas para os cidadãos e para a sociedade? Não estão a requerer mudanças de atitudes, desenvolvimento de novas competências e a vivência de valores éticos e morais?", questiona Léa. "Os alunos e professores precisam se apropriar da tecnologia tanto no que se refere ao uso do computador e da internet como de outras ferramentas de comunicação e informação", enfatiza.
Léa Fagundes, coordenadora do Laboratório de Experiências Cognitivas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é uma das pioneiras na pesquisa sobre a aplicação da tecnologia na Educação no Brasil. Há mais de 20 anos, ela desenvolve projetos na área, como o programa Um Computador por Aluno, que consiste no uso de um laptop educativo por estudante matriculado em escola pública, além de seus educadores. Segundo ela, o problema é que os computadores, a programação deles, os sistemas digitais e suas possibilidades são pensados pela escola e pelos educadores para melhorar o ensino e não para melhorar a aprendizagem, ou seja: para conservar, não para transformar a escola. "Primeiro, tivemos os CAIs (sigla em inglês para Instrução Apoiada no Computador), depois os softwares educacionais, a seguir os CD-ROMs, os tutores inteligentes e, a grande novidade, os objetos de aprendizagem. Mas essas novas tecnologias de informação e comunicação não trazem problemas para os cidadãos e para a sociedade? Não estão a requerer mudanças de atitudes, desenvolvimento de novas competências e a vivência de valores éticos e morais?", questiona Léa. "Os alunos e professores precisam se apropriar da tecnologia tanto no que se refere ao uso do computador e da internet como de outras ferramentas de comunicação e informação", enfatiza.
Apropriações da informática
O
uso de diferentes linguagens de mídia na escola pode ser um caminho para
promover mudanças de atitudes e de metodologias de trabalho. "O professor
se especializar para melhorar sua didática é insuficiente hoje, pois, como já
dizia Paulo Freire, se ele tem uma prática bancária, autoritária, provavelmente
vai usar as novas mídias para reafirmá-la", diz Ismar de Oliveira Soares,
coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo
(NCE-USP).
Por isso, é importante que a capacitação dos educadores e gestores para o uso da mídia se dê em conjunto com a comunidade escolar. Para Ismar, "não é com base na tecnologia que nasce o aprendizado, mas com uma gestão participativa do processo".
Por isso, é importante que a capacitação dos educadores e gestores para o uso da mídia se dê em conjunto com a comunidade escolar. Para Ismar, "não é com base na tecnologia que nasce o aprendizado, mas com uma gestão participativa do processo".
O especialista dá dicas de
como é possível fazer essa apropriação. Ele cita algumas escolas municipais de
São Paulo que participaram do projeto Educom.radio, desenvolvido pelo NCE-USP
entre 2000 e 2004, e fizeram uso do rádio como uma ferramenta de gestão. Para
atrair os pais, em vez de enviar comunicados por escrito, dirigentes e
professores motivaram os alunos a produzir programas de rádio com temas de
interesse da comunidade e a divulgação de eventos e reuniões. "Com isso,
além de os alunos se sentirem parte do processo, os pais passaram a comparecer
aos encontros e a participar mais, pois se empolgavam ao ouvir o programa feito
pelos filhos - que eram levados para casa em fita cassete. Após essa
experiência, as escolas descobriram que muitos pais eram analfabetos e, por
isso, não atendiam ao que era pedido nos bilhetes", lembra Ismar.
Para motivar a mudança de atitude dos educadores em relação ao uso da tecnologia, o MEC criou uma nova plataforma de interação: o Portal do Professor (saiba mais sobre o projeto no quadro ao lado). "Nós observamos que levar a chamada cultura da informática para as escolas não é suficiente. O maior trabalho é a instalação dessa cultura", avalia o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky.
Para motivar a mudança de atitude dos educadores em relação ao uso da tecnologia, o MEC criou uma nova plataforma de interação: o Portal do Professor (saiba mais sobre o projeto no quadro ao lado). "Nós observamos que levar a chamada cultura da informática para as escolas não é suficiente. O maior trabalho é a instalação dessa cultura", avalia o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky.
http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-escolar/importancia-tecnologia